Festa espanhola em Le Mans

O espanhol Jorge Lorenzo encontrou em Le Mans um antídoto perfeito para a sua desilusão em Jerez, compensando a desistência em Espanha com uma brilhante vitória no Grande Prémio de França, sob condições muito difíceis, e regressando ao topo da classificação do Campeonato. Lorenzo tomou a liderança da corrida logo na primeira volta e seguiu em frente, conseguindo uma grande vantagem com pneus de chuva enquanto a pista secava rapidamente, chegando mesmo a ser o último piloto a mudar para slicks na sua primeira corrida ‘bandeira-a-bandeira’ de sempre, onde rodou de forma soberba com os dois conjuntos de pneus para vencer com uma vantagem de 17 segundos.
Outra brilhante corrida do piloto da Hayate Racing Marco Melandri levou-o a cruzar a linha da meta em segundo, em direcção ao seu primeiro pódio desde 2007, depois da incerteza quanto à continuidade no MotoGP que enfrentou durante o Inverno.
O piloto da Repsol Honda Dani Pedrosa passou para a frente do companheiro de equipa Andrea Dovizioso na última volta para assegurar o terceiro pódio consecutivo.
Como num pesadelo, Valentino Rossi viu escapar o primeiro lugar do Campeonato, depois de uma corrida caótica. O Campeão do Mundo trocou de mota três vezes, sofreu uma queda e foi penalizado por excesso de velocidade na via de box, acabando por terminar em último. O australiano Casey Stoner (Ducati Marlboro) e Chris Vermeulen (Rizla Suzuki) ficaram em quinto e sexto, respectivamente, com Stoner a partilhar com Rossi o segundo lugar no Campeonato.
O veterano Colin Edwards (Monster Yamaha Tech 3) e Loris Capirossi (Rizla Suzuki) por certo esperavam melhor do que os sétimo e oitavo lugares.
Uma boa prestação de James Toseland (Monster Yamaha Tech 3) levou o inglês a dar um passo na direcção certa e terminar em nono e Toni Elias (San XCarlo Honda Gresini) completou o Top Ten. A vantagem de Lorenzo no Campeonato é de apenas um ponto, à frente dos favoritos Rossi e Stoner, que partilham a segunda posição com 65 pontos. Mugello, um das pistas favoritas de Rossi e o seu circuito caseiro, recebe a próxima corrida, o Alice Grande Prémio de Itália, a quinta prova do calendário do Campeonato do Mundo de MotoGP.

Negligência ao preço de vidas humanas

O colaborador da revista Duas Rodas Luís Arthur Cané ainda vivia a lua-de-mel com sua Suzuki V-Strom 1000. Eram 23 horas e 45 minutos do dia 22 de dezembro de 2008, na BR-381, a Rodovia Fernão Dias. Cané voltava de uma viagem à cidade mineira de Carmo do Cajuru, logo após efetuar a revisão de 1.000 km da moto, conforme previsto no manual do proprietário. Curtia a viagem, curtia a nova motocicleta até ela simplesmente "desaparecer" debaixo de seu corpo. "Não houve recado, nem aviso. Caí imediatamente", conta.A BR-381 acaba de ser privatizada. E muitas obras foram e estão sendo finalizadas, todas com melhorias ao usuário, claro. A questão é a adequação dessas intervenções ao uso de moto. Algumas faixas da rodovia BR-381 foram repintadas para encobrir a rota anterior. Repleta de desvios em sua fase de manutenção, faixas amarelas foram incorporadas à pista e agora, com o término destas obras, não fazem mais sentido na rota original da estratextoda.
Para resolver o problema foram cobertas de preto. Visualmente, a medida funcionou. O problema é que o coeficiente de atrito sobre estas faixas repintadas diminuiu drasticamente em comparação com o restante do asfalto, o que nossa equipe de reportagem pôde verificar no local da queda. E a conclusão a que chegamos é que a queda poderia ter sido evitada.

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Três rodas? e funciona?

Este é um dos projetos que mais nos impressionou nos últimos tempos. Julien Rondino, um designer apaixonado pelo mundo motorizado, desenvolveu uma moto de três rodas em linha. O funcionamento desta nova moto é complexo, tendo como grande vantagem o aumento em 50% do contacto com o asfalto, sem perder, segundo o seu criador, a agilidade que se pretende de uma moto, já que a roda dianteira e a de tração (a do meio) estão muito próximas.
O sistema funciona com base no motor de uma KTM Superduke, unidade que foi montada de forma invertida para ocupar menos espaço na zona traseira e poder ter a roda mais próxima da dianteira. A roda da frente é a direcional, possuindo no seu centro um sistema de direção com funcionamento semelhante ao utilizado na Tesi da Bimota ou na GTS da Yamaha. A roda central é a que recebe a função de tração, passando a energia do motor ao solo.
A roda traseira tem apenas a função de dar uma maior estabilidade ao conjunto, garantindo o contacto extra com a estrada. Esta é também uma roda direcional, mas que não se encontra ligada à direção. Em vez disso o sistema segue a tendência natural do movimento da moto, com um amortecedor para suavizar a sua ação. Nesta moto todas as rodas possuem suspensão independente, garantindo um perfeito funcionamento do conjunto.