quinta-feira, 20 de agosto de 2009
A hora e a vez das magrelas
Atuando em competições fora-de-estrada por todo o mundo desde 1974, a marca austríaca KTM teve a sua primeira aparição no cenário do Motocross Mundial com o russo Heinz Kinigadner e sua “laranjinha” 250 cc 2T. Após 35 anos participando de competições off-road pelo planeta, a KTM lança um modelo exclusivo para celebrar os seus mais de 160 títulos, sendo a atual campeã e líder da categoria MX2 no Campeonato Mundial de Motocross, campeã do Rally Dakar e, recentemente, vencedora da mais difícil prova de enduro extremo, o Erzberg Rodeio (matéria que você pode conferir nesta edição da Revista MOTO VERDE na página 56). Os modelos privilegiados para serem homenageados pela marca são: 250 EXC, 250 EXC-F, 450 EXC e 530 EXC, o felizardo que adquirir um desses modelos ainda terá como brinde uma camisa off-road “Kini Collection” e um protetor cervical Neck Brace na cor laranja KTM.
Sempre um dos lançamentos mais aguardados, a KTM mostrou suas armas para encarar as concorrentes na temporada. Até o momento, apenas as novidades da linha SX foram apresentadas, com pequenas alterações na parte ciclística e no motor. Desse modo, podemos contar com os modelos 2T — SX 125, 150 e 250 — e 4T — SX-F 240 e 450. Como é possível ver, as máquinas receberam mudanças em seu visual. Com novos grafismos, as “laranjinhas” estão realmente agressivas e, espera-se que isso seja correspondido nas pistas. Para isso, por exemplo, o chassi foi modificado para que o ângulo de cáster ficasse 0,5º mais fechado, melhorando a maneabilidade das motocicletas. As suspensões também receberam um tratamento para melhorar o desempenho. Em relação ao motor, as 2T estão com parede do escape mais forte e as 4T passaram a contar com pistões mais grossos. Além disso, a SX-F 450 está 10 mm mais baixa comparando com o modelo 2009.
Husqvarna
A marca italiana Husqvarna (com o capital bávaro da BMW) foi a primeira a apresentar seus novos modelos 2010 de motocross e enduro. A marca que contou com a ajuda do piloto de enduro Antoni Meo para o desenvolvimento de suas máquinas, traz como principal novidade a TC 250. A moto que deverá estar presente na próxima temporada do Mundial de MX2 é uma das mais leves da categoria e surpreende pelo conjunto extremamente compacto.
No total, a Husqvarna apresentou 10 novos modelos, sendo três de motocross e sete de enduro. A marca transalpina trouxe em sua nova linha diversas novidades, as principais foram a introdução das bengalas Kayaba de 48 mm e os novos escapes nas WR/CR 125 e WR 300. O tanque de combustível foi ampliado para 7,5 litros nos modelos WR 125 e TE 250. Os chassis foram todos revisados e reforçados em seus pontos mais críticos. O disco de freio traseiro dos modelos TE e TC também é novo, nessas máquinas ainda foram trocados os dutos dos radiadores. No caso da WR e da CR 125 levam um novo amortecedor traseiro Sachs. Também se destacam todos os novos conjuntos ópticos — faróis e máscaras — no caso das motos de enduro, além dos novos plásticos e grafismos que os 10 modelos receberam.
Suzuki
Completamente reestilizada e muito mais bonita, a Suzuki mostrou para a imprensa suas armas para a próxima temporada. A RMZ 250 e a RMZ 450 chegam ao mercado com mais detalhes na cor preta e um visual impactante. Além de novidades na ciclística dos modelos, a motorização, especialmente na 250 cm³, recebeu profundas alterações. A RMZ 250 é primeira de sua classe a contar com injeção eletrônica de combustível — sem bateria —, igual à que sua irmã de 450 cm³ estreiou no ano passado. Outra importante mudança foi no tanque de combustível, agora de alumínio e protegido por novos plásticos.
Ambos os modelos — RMZ 250 e RMZ 450 — contam com um novo amortecedor traseiro Showa (que facilitou muito a tarefa de regulá-lo) e novas bieletas. As pedaleiras estão mais largas visando melhorar o apoio do piloto e as bangalas também ganharam novas possibilidades de ajustes. Além disso, ambas as motocicletas ganharam novos grafismos com detalhes na cor vermelha. A 250 também está equipada com uma nova balança — mais reforçada — e novos defletores plásticos que otimizam a refrigeração do radiador. O pinhão também é inédito. Já na 450, as proteções laterais do motor agora são de plástico pintado de branco.
Kawasaki
A Kawasaki foi a primeira marca japonesa a mostrar suas novidades de cross para a temporada 2010. As maiores mudanças aconteceram em suas motos maiores — 450 cm³ e 250 cm³ — enquanto, as pequenas 65 cm³ e 85 cm³ trazem menos novidades. No caso da potente KX 450F, os engenheiros trabalharam no chassi e também no motor que, com algumas alterações, tem a ambição de seguir sendo uma das referências na categoria MX1. Para o desenvolvimento do propulsor, a fábrica de Akashi contou com a ajuda do piloto Ryan Villopoto. Uma das novidades é o pistão utilizado pela marca que, pela primeira vez, foi introduzido em uma moto de série. Finalmente, a nova embreagem garantiu ao modelo um melhor feeling em relação à moto de 2009. O chassi foi alterado visando uma pilotagem mais fácil. As suspensões também receberam as atenções dos engenheiros e, agora, se tornaram mais confortáveis e deverão amortecer melhor nos saltos.
Assim como a sua irmã maior, a KX 250F também recebeu um pistão reforçado. O intuito era conseguir um motor mais durável e confiável. Outros quesitos que também passaram por mudanças foram a balança e as suspensões. Com um melhor repartimento das massas, a 250 cm³ está mais equilibrada e melhorou o desempenho em curvas e também a estabilidade do modelo.
A sucessora da Tornado
Depois de cinco meses de espera, finalmente a nova trail da Honda é apresentada ao mercado de duas rodas. Porém, só começa a ser vendida a partir do final de agosto.
Enquanto a moto não chega às concessionárias, conheça em detalhes as principais características da XRE 300: freio a disco na roda traseira, balança e rodas de alumínio e, de quebra, bagageiro muito parecido com o que equipa a XL 1000 Varadero.
O primeiro contato do modelo com a imprensa especializada aconteceu em 15 de maio, na pista de testes da Honda, em Rio Preto da Eva (AM). Era uma versão pré-série que só pôde ser fotografada. Agora é esperar pelos testes dinâmicos.
Com grande porte e design radical, a XRE 300 tem uma dura missão: substituir dois modelos de sucesso de uma só vez: Tornado e Falcon. “No início, a XR 250 Tornado era muito utilizado exclusivamente para o off-road. Mais tarde, com a chegada da CRF 230, a XR 250 ficou restrita à locomoção e lazer”, explica José Luiz Terwak, gerente de novos produtos da Honda.
Além disso, complementa Terwak, seria difícil adaptar o motor de 400cc da Falcon ao Promot 3. “Com isso decidimos oferecer um motor mais potente e qualidades touring à uma motocicleta baseada na Tornado”, diz o gerente referindo-se ao motor de 300cc, ao banco mais largo e também ao tanque maior da nova trail XRE.
A XRE 300 conta com linhas agressivas, seguindo a tendência “adventure”. Ao passar os olhos na on/off-road da marca nipônica, chamam a atenção o bom nível de acabamento e as soluções criativas do novo modelo. Além do paralama principal elevado, há outro menor junto à roda que protege o piloto contra respingos de lama ou da água da chuva. Na dianteira, o farol multi-refletor com lentes em policarbonato ganhou lâmpadas mais potentes (60/55W). Para dar um acabamento requintado na parte dianteira, a Honda utilizou aletas que integram o tanque de combustível (12,4 litros) ao paralama – na antiga Tornado eram 11,5 litros e na Falcon 15,3 litros. Os amantes da NX4 vão sentir falta da autonomia.
Totalmente digital, o novo painel está embutido à carenagem do farol e traz marcador de combustível, velocímetro, hodômetros total e parcial, além de luzes-espia. Mais moderno que o da Falcon e mais completo que o da Tornado, já que traz conta-giros digital.
Na traseira, o conjunto óptico é formado por lanterna e sinalizadores (piscas) independentes, suporte de placa alto e alças em alumínio integradas ao bagageiro. As rodas de alumínio na cor preta tem 21 polegadas na dianteira e 18 polegadas na traseira, calçadas com pneus de uso misto Metzeler Enduro 3.
Para encarar qualquer obstáculo, a XRE 300 está equipada com motor monociclíndrico de quatro tempos, 291,6 cm3, DOHC (Duplo comando no cabeçote), arrefecido a ar e com radiador de óleo.
Com 26,1 cv a 7.500 rpm de potência máxima e 2,81 kgf.m a 6.000 rpm, este propulsor apresenta o mesmo torque da irmã CB 300R. Porém, a versão naked é pouca coisa mais potente: tem 26,53 cv a 7.500 rpm.
A XRE 300 traz ainda câmbio de cinco velocidades e sistema de injeção eletrônica PGM-FI. Com o novo sistema a XRE 300 atende, com folga, aos índices de emissões de poluentes estabelecidos pela terceira fase do Promot (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares).
A trail da Honda foi montada sobre um novo chassi – berço semiduplo – que, segundo a montadora, oferece agilidade e fácil pilotagem. Na dianteira, garfo telescópico de longo curso e freio a disco de 256 mm de diâmetro e cáliper de duplo pistão. Na traseira, suspensão monoamortecida (Pro-Link), com tensão de mola ajustável e balança de alumínio (Aluminium Swing Arm). Ao menos na teoria guarda o DNA off-road da Tornado para rodar com desenvoltura em estradas de terra.
O destaque fica por conta do novo freio traseiro: um disco de 220 mm de diâmetro com pinça de pistão simples. Na cor dourada, as pinças conferem visual ainda mais sofisticado ao novo modelo trail da Honda. O peso a seco da XRE 300 é de 144,5 kg – 7,5 kg mais leve que a Falcon, porém 10 kg mais pesada que a XR 250.
Disponível nas cores preta, vermelha e amarela metálica, a moto chega à rede de concessionárias em agosto. No primeiro ano, a Honda espera vender 40 mil unidades da XRE 300. O preço público sugerido é de R$ 12.890,00 (base Estado de São Paulo) e não inclui despesas com frete e seguro. Porém, na prática esta moto deverá ser comercializada em torno de R$ 13.500,00. Sua principal concorrente, a Yamaha Lander 250 (2008), tem 20,7 cv de potência máxima e custa R$ 12.331,00.
Ficha técnica
Motor: 291,6cc, DOHC, monocilíndrico, 4 tempos, 4 válvulas, arrefecido a ar
Potência máxima: 26,1 cv a 7.500 rpm
Torque máximo: 2,81 kgf.m a 6.000 rpm
Diâmetro x curso: 79,0 x 59,5 mm
Alimentação: injeção eletrônica de combustível PGM-FI
Relação de compressão: 9,0 : 1
Farol (alto/baixo): 60/55W
Sistema de partida: elétrica
Capacidade do tanque: 12,4 litros (2,3 litros de reserva)
Óleo do motor: 2,0 litros (1,4 litro para troca)
Transmissão: 5 velocidades
Embreagem: multidisco em banho de óleo
Suspensão dianteira: garfo telescópico com 245 mm de curso
Suspensão traseira: pro-link com 225 mm de curso
Freio dianteiro: disco simples de 256 mm de diâmetro e cáliper de duplo pistão
Freio traseiro: disco simples de 220 mm de diâmetro e cáliper de pistão simples
Pneu dianteiro: 90/90 – 21M/C (54S)
Pneu traseiro: 120/80 – 18M/C (62S)
Chassi: berço semiduplo
Altura do assento: 860 mm
Altura mínima do solo: 259 mm
Dimensões (C x L x A): 2.171 x 830 x 1.181 mm
Entre-eixos: 1.417 mm
Peso seco: 144,5 kg
Cores: preta, vermelha e amarela metálica
Preço: R$ 12.890,00
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