sábado, 18 de abril de 2009

Gatas, motos e um poema


Meninas de bicicleta
Que fagueiras pedalais
Quero ser vosso poeta!
Ó transitórias estátuas
Esfuziantes de azul
Louras com peles mulatas
Princesas da zona sul:
As vossas jovens figuras
Retesadas nos selins
Me prendem, com serem puras
Em redondilhas afins.
Que lindas são vossas quilhas
Quando as praias abordais!
E as nervosas panturrilhas
Na rotação dos pedais:
Que douradas maravilhas!
Bicicletai, meninada
Aos ventos do Arpoador
Solta a flâmula agitada
Das cabeleiras em flor
Uma correndo à gandaia
Outra com jeito de séria
Mostrando as pernas sem saia
Feitas da mesma matéria.
Permanecei! vós que sois
O que o mundo não tem mais
Juventude de maiôs
Sobre máquinas da paz
Enxames de namoradas
Ao sol de Copacabana
Centauresas transpiradas
Que o leque do mar abana!
A vós o canto que inflama
Os meus trint'anos, meninas
Velozes massas em chama
Explodindo em vitaminas.
Bem haja a vossa saúde
À humanidade inquieta
Vós cuja ardente virtude
Preservais muito amiúde
Com um selim de bicicleta
Vós que levais tantas raças
Nos corpos firmes e crus:
Meninas, soltai as alças
Bicicletai seios nus!
No vosso rastro persiste
O mesmo eterno poeta
Um poeta - essa coisa triste
Escravizada à beleza
Que em vosso rastro persiste,
Levando a sua tristeza
No quadro da bicicleta.


Vinícius de Moraes







Papéis de parede, baixe agora


Clique aqui...

Buel, vai encarar?




Produzidas a partir da mecânica das americanas Harley-Davidson, as motocicletas Buell, embora ofereçam soluções que as tornam um fenômeno nas curvas, traziam como herança dos motores Harley o alto índice de vibração e a baixa potência em comparação com esportivas da mesma de cilindrada. Para aumentar a potência e não abrir mão da arquitetura que oferece uma ciclística arrebatadora nas curvas a solução foi utilizar um V2 completamente novo. Surgia a nova Buell 1125R.
O nome 1125 faz referência ao motor austríaco Helicon, desenvolvido em parceria com a Rotax, bem diferente dos antigos Thunderstorm que equipam osoutros modelos da marca com comando no bloco e refrigeração mista por ar e óleo. O V2 desta superesportiva tem pistões inclinados a 72º com duplo comando no cabeçote acionados por corrente (DOHC), re-frigeração líquida e injeção eletrônica. O novo motor desenvolve 146 cv de potência a 9.800 rpm e 11,3 kgf.m de torque a 8.000 giros. Como parâmetro, a XB12R Firebolt, 1.200cc que antes era a top da marca, rende 103 cv a 6.800 rpm. Além do aumento de potência, o novo V2 possui características diferentes do motor projetado pela Harley, começando pela inclinação dos pistões com 72º graus (45º na Firebolt), que ajudou a diminuir o índice de vibrações. A utilização de pistões de grande diâmetro e menor curso, além do comando de válvulas no cabeçote, tornou o motor mais elástico - agora a faixa vermelha começa a 10.500 rpm, quando nos outros modelos da marca começa a 7.000 giros.
Com um motor mais potente, a 1125R teve que receber alterações para ser mais estável em altas velocidades, assim, tem 1.387 mm entre-eixos (66 mm a mais que a Firebolt). Normalmente, as Buell têm uma distância entre eixos tão curta que as tornam imbatíveis em curvas de pequeno raio, no entanto, em altas velocidades a moto não se comportava de maneira estável – essa medida ainda é curta se comparada à de outras superseportivas, como a Yamaha R1 2009 que possui 1.415 mm, o que indica que a 1125 não foge à característica que deu fama à marca.

Será mesmo uma moto?




O Carver One não se trata de uma moto e tão pouco um carro. É uma espécie de mistura entre os dois conceitos por misturar os elementos de um carro com o comportamento dinâmico de uma moto. A idéia do projeto, segundo Frank Vermeulen - Diretor da Carver, era produzir um veículo que fosse estreito para reduzir espaço e economizar combustível. O problema é que para construir um veículo estreito a estabilidade nas curvas seria sacrificada. Para solucionar o problema seria necessário criar um veículo que tivesse a dinâmica de uma moto, que se inclina para contornar curvas. Foi a partir daí que surgiu o projeto Carver One. Foi preciso de 13 anos de desenvolvimento para criar um dispositivo que pudesse controlar a inclinação do Carver nas curvas. O Controle Dinâmico de Veículo, assim batizado o sistema que controla o comportamento do Carver nas curvas, analisa a velocidade e quanto o motorista gira o volante para calcular o ângulo de inclinação do veículo. O dispositivo dispensa o movimento do corpo do piloto para auxiliar a pilotagem como nas motocicletas, Basta girar o volante que o dispositivo faz tudo sozinho até o limite de 45º de inclinação. Ainda, segundo o fabricante, este comportamento trás benefícios ao condutor por não forçar a coluna em curvas de alta gravidade. Somente antes dos 10 km/h ou em marcha ré o Carver não se inclina.
Embora visualmente o comportamento seja parecido com as motos, a maior parte das suas características remete a carros esportivos como: volante, bancos de couro, tocador de CD, aquecimento, air bags e vidros elétricos. Para aproximar mais a sensação de se pilotar uma moto o teto pode ser removido para que o vento entre e passe pelo rosto.
Ainda que o projeto tenha sido concebido para ser um veículo econômico, o desempenho do Carver não ficou esquecido. Ele possui um motor turbo de quatro cilindros fabricado pela Daihatsu com 660cc, quatro válvulas por cilindro, refrigeração líquida e injeção eletrônica. A potência máxima é de 68 cv a 6.000 rpm e o torque de 10,2 kgf.m acontece a 3.200 rpm.
Com este propulsor, o Carver One é capaz de mover seus 634 kg a seco do zero a 100 km/h em 8,2 segundos. A velocidade máxima de 185 km/h não impressiona, mas já é um bom número para um veículo que nasceu para ser econômico. Falando em economia, seu consumo médio de combustível fica na casa dos 18km/litro e com a capacidade do tanque para 34 litros a autonomia pode ultrapassar os 600 km.
O Carver já está homologado desde 2006 para rodar nas ruas dos países que pertencem a União Européia. Fabricado na Holanda, a aquisição de um novo é feita sob encomenda e leva cerca de 12 meses para ser entregue. O preço deste exótico veículo varia bastante de acordo com cada país. Em Portugal o preço inicial é de é de 32.800 Euros, aqui no Brasil custaria aproximadamente R$ 100 mil reais.

Super asiáticas





O Salão da Motocicleta de Taiwan terminou neste domingo (19) após quatro dias de exibição no Taipei World Trade Center, em Taipé. A expectativa dos organizadores é da exibição receber no total um público de 100 mil visitantes. Mais de 180 empresas participam da mostra que reúne algumas novidades da indústria asiática além de motos antigas e customizadas