quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Os mercadores de sonhos

Estive neste fim de semana em Penedo, no Sul Fluminense, no encontro de motociclistas, que, desde o nascimento, há pouco mais de uma década, já tinha o gene da decadência. Explico. Motoiciclistas não são "patricinhas" que dormem e acordam sonhando com shoppings. Tudo o que querem é uma viagem divertida, um local agradável para estacionar a moto ( de preferência ao alcance dos olhos), e instalações confortáveis. O que encontramos em Penedo, no entanto, está bem longe disso. Logo na chegada, uma estrada de barro e um local de evento literalmente hinóspito. Algo tão amador, que chega a ser uma piada chamar aquele eventinho de "encontro internacional". Mas entendo o sentido. Como o evento é organizado pelo mesmo grupo paulista que vem lançando seus tentáculos país à fora, cariocas, meneiros e outros brasileiros devem ser estrangeiros. Haja vista a visão limitada que tais organizadores têm do que significa ser o Brasil. Lá também encontramos o uso da "pilantropia" para maquiar a cobrança de ingresso. Exigir a compra de um quilo de alimentos para permitir o acesso de motociclistas a um evento é o mesmo que cobrar ingresso. Quando opcional, até se admira e se aplaude a causa. Porém, quando compulsória, não ´se trata de filantropia, mas da cobramça mascarada de ingresso. E não me venham argumentar que são só R$ 2,00. Não é o valor que deve ser criticado, mas a máscara que estes dois reais encobrem.
As instalações do eventinho de Penedo - cada vez mais esvaziado - chegam a ser ridículas. Montaram uma boate anexa à área do evento. Só falta agora a pulseirinha VIP. Frente a tudo isso, só me restou a alternativa de curtir a viagem, chegar no local, pagar e voltar para o Rio. Trata-se do cada vez mais comum entre os motociclistas "bate e volta". Cada vez mais volta.

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